Cobaias...

... para qualquer experiência são, efectivamente, necessárias. Assim, e como boa cientista que tento ser, arranjei um leque relativamente alargado de cobaias para as minhas experiências com novas ideias e técnicas para os bolos. Pinguins, galinhas, sereias, skates, Cinderelas, Belas Adormecidas foram todos "crash test dummies" do motor da minha imaginação e das minhas mãos.
A última ideia, que me "perseguia" há uns tempos, era fazer amores-perfeitos (flores favoritas do pai da Patrícia e da Ana), cheios de cor, cheios de romantismo. O dia 30 de Maio assinala o aniversário de mais uma cobaia: a minha irmã do meio. Aproveitei a oportunidade única para moldar umas pétalas e pintar uns sombreados de forma a criar uma ramalhete vistoso, todavia suave, para um bolo que ainda não acabou de cozer. Espero que a imagem mental que guardo venha a concretizar-se na tela de massa de açúcar, porém, acima de tudo, espero que ela goste da surpresa (se ela não ler isto antes de lhe levar o bolo pronto!!!).

Um bolo atribulado...

Todos os dias aprendemos e fazêmo-lo, principalmente, com as experiências menos boas, todavia, a vida é assim mesmo: nem sempre um mar de rosas. Passo a explicar. O bolo hoje colocado no blogue "Recordar a Comunhão" está envolto numa história incrível: depois de verem o blogue, uns primos da Terceira expressaram a vontade de ser eu a fazer o bolo da 1ª Comunhão do filho, o Afonso. Perante esta sugestão, limitei-me a rir, pensando tratar-se de brincadeira, visto que... vivo em São Miguel! Mas não, era mesmo verdade. Com tudo tratado, o pai tinha de vir a São Miguel e aproveitou para levar o dito bolo. Ideia engendrada a meu critério, fiz questão da minha oferta ao miúdo ficar a rigor.
Combinámos tudo: embalagem própria para levar o bolo, base para o bolo do tamanho certo trazidas pelo pai e o bolo por minha conta.
1º Problema: o pai esqueceu-se da base/prato para o bolo.
2º Problema: arranjar em minha casa uma base adequada e com o tamanho certo para a embalagem. Solução: encontrei um tabuleiro de madeira com um vidro de protecção que era exactamente do tamanho exacto (desculpem a redundância!) da embalagem. Alertado para o risco do vidro ser demasiado fino para aquele propósito, o pai assentiu.
3º Problema: a meio da decoração do bolo... faltou o corante dourado (que deveria ser mais do que suficiente)! Solução: comprar corante em Ponta Delgada logo de manhã para acabar o bolo até às 13h30, porque o Paulo teria de estar no aeroporto às 14h00 para apanhar o avião de regresso à Terceira. Bolo acabado a tempo (com muito stress à mistura)= alívio!
Claro que esperei umas horas para saber a reacção da mãe e do miúdo ao bolo. Quando, finalmente, telefonaram, 4º Problema: o bolo caiu a sair do aeroporto das Lajes! O meu coração parou por breves instantes. Senti aquele calor que nos percorre desde os pés acima e nos queima a face... Com aquela calma, o pai só poderia estar a brincar, porém, não estava, o bolo tinha caído MESMO. Salvação: uma tábua de madeira que o meu marido tanto insistiu que servisse de base à embalagem, sendo anexada a esta com fita cola. Assim, a dita tábua funcionou de prancha de surf quando o bolo, com o embater do carrinho num degrau, deslizou pelas malas abaixo até cair no fundo do carrinho de bagagem. "Meu Deus, e o bolo?" perguntei eu. "Está intacto!" Nem quis acreditar.
Definitivamente, quando o que fazemos é de boa vontade e coração, não há contratempo que derrube a nossa obra. A comunhão correu bem, o Afonso foi abençoado e gostou muito do bolo da prima Raquel, ainda bem.